Manicoré celebra 129 anos de história, progresso e identidade cultural
Manicoré, no coração do rio Madeira, celebra nesta
sexta-feira (15) seus 129 anos de elevação à categoria de cidade. Conhecida
como “filha da deusa Mani”, expressão originada do tupi, o município carrega
uma trajetória marcada pela força do seu povo, potencial produtivo no campo e
riqueza cultural que atravessa gerações.
A história da cidade remonta ao século XVII, quando
a expedição de Pedro Teixeira navegou pelo rio Madeira. A primeira povoação,
chamada Crato, surgiu oficialmente em 1797, por ordem do governo do Grão-Pará,
com o objetivo de integrar o comércio entre Pará, Mato Grosso e Goiás. Ao longo
das décadas, a localidade recebeu o nome de Nossa Senhora das Dores de Manicoré
e, em 15 de agosto de 1896, pela Lei nº 137, conquistou o título de cidade — marco
que hoje é motivo de celebração.
Força econômica do campo ao comércio
A economia manicoreense tem no setor primário sua
espinha dorsal. É destaque estadual na produção de banana e melancia, além de
farinha, castanha e borracha. O distrito de Santo Antônio do Matupi se
consolidou como um polo agropecuário, com um rebanho que ultrapassa 200 mil
cabeças de gado, movimentando também o comércio e a indústria local. Eventos
como a EXPOMANI, EXPOMAT e a Festa da Melancia fortalecem a economia e
preservam tradições rurais.
Autoridades e personalidades
históricas
Ao longo do tempo, Manicoré também foi berço de
líderes e figuras influentes. O Tenente Coronel Manoel Pereira de Sá, herói da
Guerra do Paraguai, foi decisivo na organização política inicial do município.
José Lindoso, filho da terra, governou o Amazonas entre 1979 e 1982, e Hamilton
Cidade, médico e político, defendeu a saúde pública e participou da criação de
novos municípios no estado, além do ex-prefeito Manoel de Oliveira Galdino, que construiu o Parque de Exposição Agropecuária de Manicoré, Domingos Galdino de Melo.
Atualmente, a cidade é governada pelo prefeito
Lúcio Flávio do Rosário e vice-prefeito Paulo Sergio Macho Barbosa e tem o como
presidente do Poder Legislativo, o professor Yuri Reis.
Cultura e religiosidade
A Paróquia de Nossa Senhora das Dores, recentemente
reconhecida como Patrimônio Histórico e Cultural do Amazonas, é símbolo da fé e
da identidade da população. Festividades religiosas, festivais folclóricos, Exposição Agropecuária e
eventos comunitários, como a Festa do Açaí, Festa da Farinha, o Forró de Rua e o Festival de Quadrilhas,
movimentam o calendário anual e fortalecem o orgulho local.
Assistência rural e liderança no campo
Entre as personalidades que marcaram a história recente está o engenheiro agrônomo e professor Pedro Chaves, atuou como Extensionista Rural no IDAM/Manicoré e que comandou a Secretaria Municipal de Produção, Agricultura e Abastecimento (SEMAPA). Doutor em Agronomia Tropical pela UFAM, Pedro, incentivou a mecanização agrícola, ampliou o acesso ao projetos de crédito rural, além de oportunizar o conhecimento técnico especializado e coordenou ações de capacitação para agricultores familiares, produtores, empreendedores e estudantes, aproximando a tecnologia do campo e fortalecendo o associativismo.
Tradição esportiva
Com forte tradição no futebol, Manicoré (AM) é palco de competições históricas que movimentam atletas da cidade e da zona rural. O município abriga o maior campeonato de seleções rurais do Brasil, reunindo mais de 160 equipes organizadas em polos, reunindo mais de 2 mil atletas, além de torneios locais de futsal e projetos sociais voltados para jovens na sede do município.
Em julho de 2025, o município sediou a abertura da Copa da Floresta, maior torneio amador do país, com a presença do presidente da CBF, Samir Xaud, e do presidente da Federação Amazonense de Futebol, Ednailson Rozenha. O jogo inaugural entre as seleções de Manicoré e Borba terminou empatado em 1 a 1 sob arbitragem FIFA, reforçando o prestígio do evento.
Localização estratégica e logística
Situada a cerca de 390 quilômetros de Manaus, Manicoré está posicionada estrategicamente entre a capital amazonense e Porto Velho (RO), com acesso tanto pela BR-319 quanto pela BR-230 (Transamazônica), além da navegação pelo rio Madeira. Essa localização favorece o escoamento da produção e impulsiona a logística regional.
Uma cidade que segue prosperando
Com um passado de coragem e pioneirismo, Manicoré
construiu sua história unindo tradição e modernidade. Seja na agricultura, na
cultura ou na educação, o município segue se destacando como polo de
desenvolvimento no sul do Amazonas.
Hoje, ao celebrar 129 anos de emancipação política,
Manicoré reafirma sua vocação para o trabalho, a fé e a união — características
que continuam a guiar o futuro dessa cidade que pulsa às margens do rio
Madeira.
Fonte: Portal Mais Amazônia News
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